Fotos e informações: Edelson Fernandes

Hoje é o Dia Nacional dos Povos Indígenas, agora denominados povos originários.

Estudos afirmam que são 305 etnias de 274 línguas diferentes, que sobrevivem ao tempo, cada qual com sua peculiaridade no que diz respeito à cultura, costumes, organização econômica, política e social.

De acordo com o IBGE (2022), estima-se que hoje no Brasil, os indígenas sejam mais de 1,7 milhão.

Só no Estado de Mato Grosso do Sul existem oito etnias: Atikum, Guarani, Guató, Kaiowá, Kadiwéu, Kinikinau, Ofaié e Terena.

Nesta matéria falaremos do povo Kadiwéu, sobrevivente dos Mbayá, um ramo dos Guaikuru, devido à sua proximidade com Bodoquena, cidade onde está localizada a sede do site Aqui é Destaque, e onde vivem várias pessoas desta etnia, influenciando na cultura e na economia local.

Na cidade vivem vários índios, mas o município conta com uma aldeia, a Aldeia Campina, mas a cidade também fica próxima de outras aldeias, tornando-se a principal porta de acesso aos Kadiwéu.

Os Kadiwéu, segundo o texto de Edelson Fernandes, enviado à nossa relação, guardam a lembrança de um passado glorioso, destacando que foram aliados do Brasil na Guerra do Paraguai (1864 – 1870) e que, por esse motivo, garantiram a doação de suas terras pela coroa brasileira.

O território tem como limites naturais a oeste os rios Paraguai e Nabileque, a leste a Serra da Bodoquena, ao norte o rio Naitaca e ao sul o rio Aquidabã.

A Terra Indígena Kadiwéu tem uma área de 539.000,00 hectares, demarcada e homologada desde 1984.

Está localizada nos municípios de Porto Murtinho e Bodoquena, no Estado de Mato Grosso do Sul.

Com 1.268 (mil duzentos e sessenta e oito) indígenas, divididos em 06 (seis) aldeias (DSEI, 2023), sendo elas: Alves de Barros, Barro Preto, Córrego do Ouro, Tomázia, São João e, recentemente, sendo reconhecida a aldeia Campina como parte do município de Bodoquena, a 50 km da cidade de Bodoquena.

Os Kadiwéu são chamados pela literatura histórica como “índios cavaleiros”, por sua condição de possuidores de 6 a 8 mil cavalos, entre os anos de 1526 a 1580.

Guardam em sua mitologia, na arte e em seus rituais o modo de ser de uma sociedade hierarquizada entre senhores e cativos.

As mulheres Kadiwéu são exímias artistas, seus grafismos geométricos usados na pintura corporal e na cerâmica vêm ganhando destaque no Brasil e no mundo.

O povo Kadiwéu se destaca também como a única etnia no Brasil que possui subdivisão da língua materna (língua Kadiwéu), homens e mulheres possuem falas diferentes.

Mais de 500 anos se passaram, contudo, o povo Kadiwéu não parou no tempo, como qualquer ser humano, buscam também por melhores condições de vida.

Mudanças são necessárias, porém, jamais perderam a essência da arte de viver e sobreviver sem perder a sua identidade, a sua cultura peculiar que atravessa gerações.

Parabéns aos Kadiwéu e a todos os povos indígenas pelo seu dia.